quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Número de motociclistas mortos no trânsito aumentou 20 vezes desde 1990, diz estudo

Um estudo inédito do Ministério da Saúde divulgado nesta quinta-feira (6) mostra que o número de mortes entre motociclistas aumentou mais de vinte vezes em 16 anos. Os casos que se resumiam a 300 em 1990 saltaram para pouco menos de 7.000 em 2006. Segundo os dados do estudo Saúde Brasil 2007, as vítimas tinham, predominantemente, entre 15 e 39 anos - principalmente entre 20 e 29 anos - e eram moradoras de municípios com menos de 100 mil habitantes nas regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste.

A psicóloga Sonia Chebel Sparti, que pesquisou a atitude do jovem no trânsito em seu doutorado pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), afirma que os jovens associam a moto e o carro a conceitos como autonomia, prestígio, liberdade. A desatenção é um grande aliado dos acidentes de trânsito. "O principal, que é o foco no trânsito, fica em segundo lugar", diz.

A morte no trânsito

Embora significativas, as mortes com motocicletas ocupam apenas a quarta colocação entre as causas de óbito no trânsito em 2006. As principais vítimas são os pedestres (27,9% dos casos), principalmente crianças e idosos. Os que tem mais de 60 anos apresentam taxa de atropelamento de 15,7 por 100 mil pessoas - entre os adultos de 40 a 59 anos, a taxa é quase a metade: 8,3 por 100 mil. Em segundo estão as causas "indeterminadas", com 22,9%, seguido de acidentes com automóveis (21%), motos (19,8%) e bicicletas (4,6%).

O trânsito é o segundo responsável pelas mortes por causas externas no Brasil em 2006Ele foi superado apenas pelos homicídios.

Nos anos 90, os acidentes aconteciam mais nas grandes cidades, mas houve uma inversão no final da década e, em 2006, os casos estavam concentrados em cidades de até 500 mil habitantes. Uma hipótese apresentada pelo ministério é a explosão demográfica nas cidades menores e uma infra-estrutura que não acompanhou o crescimento. Em relação à diminuição de acidentes nos grandes municípios, a lentidão dos engarrafamentos pode explicar uma queda no número de vítimas fatais.

O levantamento do governo também mostra que os acidentes de trânsito geraram pouco mais de 123 mil internações nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) em todo o país em 2006. O valor gasto com estas internações vem aumentando ao longo dos anos: para cada 100 habitantes do Brasil, eram cerca de R$ 46.200 gastos em 2002 e , em 2006, esse valor chega a R$ 63.100.

Fonte: Uol NotíciaS

Nenhum comentário: