
Apesar de, oficialmente, fazerem parte da frota do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) desde dezembro de 2008, as motolâncias só circulam no Distrito Federal e em Salvador. Mais de oito meses depois da publicação da portaria que institui a motocicleta para o socorro a vítimas em áreas de difícil acesso ou para fugir do trânsito, o Ministério da Saúde diz que pretende, até o fim de 2010, expandir o serviço para todo o país.
A demora para implantação em outras cidades, segundo o Ministério da Saúde, ocorre porque os profissionais que atuam nas motolâncias precisam de um preparo específico, um curso que começará a ser oferecido pelo Ministério ainda neste mês. O Distrito Federal e Salvador prepararam seus servidores com seus próprios cursos de capacitação, aprovados pelo Ministério.
Ganho de cinco minutos
Em Salvador, onde as motolâncias circulam desde 2006, os atendimentos passaram a ocorrer, em média, de 5 a 10 minutos antes do que quando eram realizados pelas ambulâncias. Cinco motocicletas atuam na capital baiana. Segundo o coordenador central do Samu Metropolitano de Salvador, Ivan Paiva Filho, até setembro serão 29 veículos, para abranger também as cidades de Vera Cruz, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus e Candeias.
Em Manaus, as motolâncias devem começar a circular oficialmente em 21 de agosto, segundo o secretário municipal de Saúde, Francisco Deodato Guimarães. Por enquanto, elas funcionam em fase experimental, como, por exemplo, no Recife. “Esse é um programa que está em fase experimental em Manaus, que não tinha o problema de trânsito que tem hoje. A medida corresponde ao novo momento que a cidade vive. Não tínhamos dificuldade de mobilidade”, afirma Guimarães.
Castro também aposta que ganhar tempo no atendimento é importante para salvar vida. “Em relação à agilidade no atendimento, as vantagens da motocicleta são indiscutíveis, pois dependendo da localidade, devido às características de trânsito local, a chegada muitas vezes antecede em até 15 minutos a ambulância. A redução de vitimas fatais ou a diminuição de complicadores estão diretamente ligadas ao fator tempo.
Rotina compensadora

Cláudio José Cunha dos Santos, 26 anos, técnico de enfermagem e estudante de enfermagem, trabalha no atendimento de urgência desde 2002. Apesar da experiência, o trabalho como condutor de motolâncias em Salvador é, segundo ele, bastante diferente.
“Para quem é o condutor, a ocorrência começa já quando somos informados do local do atendimento, porque é preciso ter uma noção de localização para chegar ao endereço no menor tempo possível. Precisamos estar bem treinados porque o tempo que levaremos pode mudar o rumo do atendimento”, diz.
O piloto, que faz plantões de 24 horas uma vez por semana, se orgulha da importância do seu trabalho. “Quanto menos tempo demorarmos para chegar até a vítima, mais chances de se recuperar ela tem, então quanto melhor trabalharmos mais vidas podemos salvar, e isso é muito satisfatório. Saber que fazemos a diferença para a sobrevivência da vítima é incentivador.”
Fonte: G1
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